domingo, 20 de abril de 2008

Trindade

I) Definição:

Não há uma definição de Trindade.
Não é um corpo com três cabeças, nem uma cabeça com três corpos.

II) Trindade e Escrituras Sagradas:

Não há palavra Trindade na Bíblia.
Podemos ver indicações bíblicas do assunto.

a) V.T: Implicações, mas não afirmações diretas:

1ª) Nome dado a Deus no plural: Elohim
2ª) Pronomes pessoais no plural: Gn.1:26,27; 11,6-7; Is.41:21-23.
3ª) Designação de Senhor e Filho: Sl.2:6-9; Sl.110:1
4ª) Alusão ao Espírito Santo e Sua Obra: Gn.1:2; Sl.51:11
5ª) Teofanias: Gn.22:11-126ª) Declaração direta: Is.48:16; 61:1-2.

b) N.T: Afirmações muito claras.

1ª) Comissão Apostólica: Mt.28:19-20
2ª) Bênção Apostólica: II Cor.13:13
3ª) Batismo de Jesus: Mt.3:16-17
4ª) Palavra de Jesus: Jo.14:16
5ª) Ensino de Paulo: ICor.12:4-6

III) Ponderações finais:

a) Não se explica a Trindade.

b) Sua inexplicabilidade não significa impossibilidade.

c) Lógica aponta para ela:

Quantos deuses há? Dt.6:4, ITm.2:5
Pai é Deus? Jo.14:2 e 6; ICo.8:6
Filho é Deus? Jo.10:30; Hb.1:6
Espírito Santo é Deus? At.5:3-4
São três deuses? NÃO. Mt.3:16-17

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Teontologia - Doutrina de Deus

* Não discutiremos se podemos ou não conhecer a Deus, partiremos do fato que podemos conhecê-lo.

a) Nomes de Deus: Nome é a expressão do ser.

Antigo Testamento:

´El= Mais simples dos nomes. Significa: ser o 1º (´Elohim = plural)
Adonai: o que governa – senhor.
Shaddai e ´El-Shaddai: poderoso, possui todo o poder.
Javé ou Jeová: Mais sagrado – “Eu Sou” – Senhor. Ligar-se a outros:
Tsebhaoth: dos exércitos I Sm.17:45
Nissi: bandeira Ex.17:15
Shalom: Paz Jz.6:24
Tsidkênu: Justiça Jr.23:6
Jireh: Provisão Gn.22:14
Rapha: Sara (curador) Ex.15:26
Raah: Pastor Sl.23:1
Shammah: Est presente Ez.48:35

Novo Testamento:

Theos: Nome genético. Relação individual, não mais nacional.
Kurios (Kirios): Senhor – substitui Javé ou Jeová.
Pater: Idéia nova sobre nossa filiação – Deus como Pai.
* Jesus ou Cristo não são nomes de ou para Deus.

b) Atributos de Deus:

1)Def.: Qualidades essenciais de Deus ou descrição de suas perfeições.

2)Divisão: Comunicáveis: Têm correspondência com a criatura.

Incomunicáveis: Exclusivos de Deus – não correspondentes.

1º) Incomunicáveis:

1º.A) Autor-existência: Existe por Si mesmo/ é incausado/ não depende de outro para existir. João 5:26/ Ex.3:14/ João 8.58

1º.B) Imutabilidade: Imutável em seu Ser, promessas e propósitos. Mutável em Seus métodos. Sl.102:26-27/ Ml.3:6/ Tg.1:17

1º.C) Unidade: Em dois aspectos: Singular: Único ICo.8:6/ ITm.2:5/ IRe.8:60
Simples: Sem partes, não é composto.

1º.D) Infinitude: Qualidade essencial pela qual Ele é livre de toda limitação. Manifesta-se em três dimensões:

1º) Absoluta perfeição: Todos os atributos são plenos. Não pedaços como colcha de retalhos. Mt.5:48

2º) Eternidade: Infinidade em relação ao tempo. É antes do próprio tempo. Sl.90:2/ Hc.1:12/ Dt.33:27/ Is.40:28/ Jr.11:10

3º) Imensidade: Infinidade em relação ao espaço; onipresença.
Não se deve confundir com expansão ou dilatação.
Deus não se “estica”.
Está presente em todos os lugares com todo Seus Ser.
Imanência x Transcendência.
Sl.139:7-12/ Jr.23:24/ Ez.8:12/ Is.57:15

2º) Atributos Comunicáveis:

a) Espiritualidade: Não é corpóreo ou tangível. Imaterial e invisível.
Não significa irreal. Jo.4:24/IICo.3:17

b) Intelectualidade: Envolve três aspectos:

1) Conhecimento: Atributo pelo qual Ele se conhece e a todas as coisas possíveis e reais. Características: Inato-não adquirido / intuitivo-não analisa para tirar conclusões / imediato – não tem intermediário nem instrumentos / completo-não conhece hoje mais do que ontem/ simultâneo – conhece tudo de uma só vez / consciente – não se esquece, logo não se lembra.
*** onisciente: tudo de forma plena.

2) Sabedoria: Perfeição pela qual Ele aplica o conhecimento para obtenção dos fins determinados, de modo a glorifica-lo mais.

- Manifesta-se na criação Sl.19:1-6 / Jr.10:12
- Manifesta-se na providência Sl.33:10
- Manifesta-se na redenção ICo.2:7 / Ef.3:10

3) Verdade: Seu conhecimento, sabedoria e Ser se conformam de tal modo que não determina algo que não cumpra. Não pode mentir. Tt.1:2 / Hb.6:18 / Js.21:45

c) Morais:

1) Bondade: Deus é fonte de todo bem (Fons Ominium Bonorum)

Deus é o Supremo Bem (Summum Bonum) Mc.10:18 / Sl.145:9 Manifesta-se:

Benevolência: Cuidado (afeto) de Deus para com Suas criaturas racionais ou não. Varia de acordo com a capacidade do ser que irá recebe-la. Sl.36:6 / Mt.5:45 / Lc.6:35 / At.14:17

Amor: Bondade de Deus particular aos racionais. Perfeição de Deus que o leva a comunicar-se conosco. Jo.16:27 / I Jo.3:1; 4:9-10

Graça: Favor imerecido de bondade para com aquele que não tem direito de reclama-lo. Amor de Deus para com aqueles que, por natureza, estão sob condenação e são perdoados. Ef.1:6-7/ At.18:27 / Rm.3:24

Compaixão ou Misericórdia: “Coração na miséria”

Amor de Deus para com os que estão em miséria e angústia espiritual, por meio do qual os assiste e socorre. Sl.57:10 / Sl.86:5

Paciência ou longanimidade: ‘erk ‘aph = “Grande de Rosto”
Aspecto do amor de Deus pelo qual suporta ao obstinado e malvado (ímpio). Ex.34:6 / Rm.9:22

2.2.6 – Santidade:

1º - Distinto de sua criação – exaltado acima dela.
2º - Idéia ética de santidade, como separado do mal.
Ex. 15:11; I Sm 2; Os 11:9; Lv 11:14; Tg 1:13;
Ele é separado do mal; como nos ama e vive em nós? Ef 1:6

Manifestações:

Lei – dada para imprimir a idéia de Santo ao povo.
Símbolos: Terra santa, nação santa, cidade santa.
Jesus Cristo: At 3:14
Igreja; Revela santidade como Corpo de Cristo – I Pd 1:16

2.2.7 – Justiça: Palavras para expressar justiça levam à idéia de conformar-se com o modelo.

Justiça é algo que ultrapassa o conceito de lei.
Justiça absoluta: Plenamente justo em Si mesmo.
Justiça relativa: Pela qual Ele se mantém contra toda violação de Sua santidade – Ne 9:8; Sl 119: 137; 145:20; I Tm 4:8.

Distinções:

Governativa – Governa com justiça.
Justo legislador. Is 33:22; Dt 4:8; Sl 99:4; Rm 1:32

Distributiva: Distribuição justa de penas e prêmios.

a)Remunerativa:
Entrega de recompensa a anjos e homens. Flui do pacto – Mq 7:20; Mt 25: 21-34

b)Retributiva: Refere-se à aplicação de penas. Justa ira de Deus
Rm 2: 8-9; 12: 19; II Ts. 1: 8.

2.2.8 – Soberania: Gn 14:19; Is 43:13; 46:11.

Manifestação:
Criação e preservação – Sl 135:6; Ap. 4:11
Governo – Is 9: 6; Sl 22:28; 66:7;
Eleição: Rm 9:15; Ef 1:11;
Sofrimentos de Cristo – Lc 22:42; At 2:23;
Santificação: Fp 2: 12-13;
Sofrimentos: I Pd 3:17;
Coisas insignificantes: Mt 10: 29;

Distinções:

Decretiva – Deus decreta tudo o que acontecer e ocorre. At 4: 27-28; Lc 22:22

Preceptiva – Regras traçadas por Deus para criaturas morais, mostrando-lhes o dever a cumprir (nem sempre é cumprida) Rm 1:26 (Deus “entregou”).
Decreta “deixá-los”; a conseqüência dos atos e a punição.

Eudokia : Tem prazer em fazer – Mt 11: 26; Lc 13: 32

Euristia : Tem prazer em que o homem faça – Pv. 12:22

Inspiração

I- Int.:
Registros das revelações de Deus em várias épocas.
Assegura preservação da integridade da mensagem
Garante o ensino correto às gerações futuras.
Registro tão fiel quanto à revelação.

II- Def.: "É a transmissão oral e o registro da verdade, operado pelo Espírito Santo, por meio de instrumentos humanos".

III- Diferenciações: Há diferenças na Bíblia quanto à inspiração:

a) Inspiração sem revelação: Lc.1:1-3
b) Inspiração com revelação: Ap.1:1 e 11
c) Inspiração sem iluminação: Dn.12:8-9
d) Inspiração com iluminação: Ez.37
e) Revelação sem inspiração: Ap.10:4
f) Iluminação sem inspiração: Entende, fala, mas não registra.

IV- Teorias sobre a Inspiração:

1ª) Intuição:

Capacidade de percepção mais elevada que os outros. Gênios espirituais originando por intuição as Escrituras.Objeções: Em moral e religião o homem é corrompido em seu sentido. Se intuição fosse fonte, não haveria contradição entre as religiões. Verdade religiosa se torna absolutamente subjetiva ou particular O homem se torna o "ser supremo".

2ª) Mecânica ou Ditado-Verbal:

O Espírito Santo se apossa co corpo e da mente do escritor e o reduz a instrumento mecânico.Objeções: Tira conclusão de fato ocasional, generalizando Mc.12:26. Exclui participação consciente do humano: estilo, busca de informações, registro diverso de um único fato. Contradiz o que se sabe da atuação divina em não anular a personalidade.

3ª) Dinâmica-Plenária:

Inspiração é fato sobrenatural, dinâmico e plenário.

- Sobrenatural: Operação imediata de Deus na alma humana.
- Dinâmica: Contém elemento humano e apresenta corpo de verdades em termos humanos.
- Plenária: A influência do Espírito Santo estende-se a toda a Bíblia.

* Tudo na Bíblia é a Palavra de Deus, mesmo que não tenha sido Deus quem haja dito aquilo.

"Tudo isso te darei se prostado me adorares"
"Estou inocente do sangue deste justo"

Inspiração é do Registro.

Revelação

1)Def.: “Comunicação ou interpretação que Deus faz de Si mesmo aos homens”

2)Nomes: Galah Gn. 35:7 ( descobrir) Epifaniem Lc. 1:79 ( aparecer); Apocaliptein II Ts 2:8 ( remover véu-revelar) ; Faneroun Rm. 3:21 ( fazer conhecido o que era desconhecido ).

3)Elementos da Revelação:

a)Há um Deus pessoal que Se comunica
b) Há fatos e verdades que não seriam conhecidos sem a revelação divina
c) Há seres racionais aos quais se dirige a revelação e que são capazes de recebê-la, entendê-la e apropriarem-se dela.

4) Tipos de Revelação:

a)Natural:
Natureza ( Sl. 19, Rm 1:20)
Consciência: Rm. 1:19,20,32; 2:14

b)Oral:
Antes da queda ( Gn. 2:15-17)
Depois da queda ( patriarcas, profetas, apóstolos/ hoje ? ? ?

c)Especial:
Deus tem manifestado de forma particular e específica Sua Palavra certa e segura, fazendo-a registrar. ( Bíblia ).

5)Modos da Revelação:
Formas
Palavras
Atos.

5.1) a) Formas (Teofanias): Manifestação de Deus sob a forma humana ou angelical.
5.1) b) Objetivo: Mostrar que sem Sua presença o homem não pode viver eternamente.
5.1) c) Contraposição: Idolatria – Tentativa de dar forma a Deus.
5.1) d) Exemplos: Anjo do Senhor ( Gn. 16: 7-14; Ex. 3:2-5) – Forma humana Gn. 18 e 19 ( não é antropomorfismo).

5.2)Palavra ( Profecia ): Revelação por sonho, visão, palavra.
5.2 a) Fim da Profecia: Manifestação da Palavra Encarnada.
5.2) b) Objetivo: Sem Sua própria interpretação o homem está perdido
5.2) c) Contraposição: Adivinhação, agouro, horóscopo, necromancia, etc
5.2) d) Modos: São em número de 05 ( cinco )
“) Sorte: Js. 7:14/ Ism 14:40-42/ At 1:24 ( última vez).
“) Sonhos: Gn 37: 19
“) Visões: Estado consciente era mantido. Nem todo profeta era vidente I Sm 9:9-11/ Is.6
“) Urim e Tumim: Tradução – Luz e perfeição. Não se sabe com certeza o que era ( Ex. 28:30). Uso pra interesse público I Sm.,28:6 / Ed.,2:63
“) Profetas: Meio mais comum de Deus se revelar. 03 palavras: Roê= vidente ( não entende visão/ Hozê= vidente ( entende)/ Nabi, Dt. 18:18

Caracteristicas:
a)Ser chamado por Deus
b)Receber comunicado divino
c)Transmitir comunicado ao povo
d)Cumprimento da palavra ou comunicado.

5.3) Atos ou Milagres:
5.3) a) Def.: É a atuação especial de Deus alterando o curso comum e normal dos fatos”. Nem todo extraordinário é milagre.
5.3)b) Objetivo: Mostrar que sem seu poder salvador a alma e o corpo do homem continuariam na ruína em que o pecado os lançou.
5.3) c) Contraposição: Feitiçaria, etc.

Bíbliologia

1) Int. Geral: É formada de duas partes:

VT=39 livros
NT=27 livros

A palavra grega “canon” quer dizer: vara de medir, régua norma, padrão.

2) Velho Testamento:

Seu período de formação foi de, aproximadamente 1500 anos.
Divide-se em livros da Lei, Históricos, Proféticos, Poéticos ou sapiências.
Os livros no VT nem sempre estão em ordem cronológica.
Concílio judáico de Jamnia - ano 90 d.C

Critérios:

1) Antiguidade (antes último profeta 450 a.C)
2) Harmonia com a Torah
3) Escrito em Hebráico
4) Aceitação universal
5) Não há rejeitados anteriormente

* Apócrifos:
a)Esta palavra significa: oculto, não revelado, velado.
O período de formação destes livros vai do II sec. a.C a I d.C.
b)Designação: I e II Macabeus, Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque.
c)Por que não os temos em nossas bíblias?
- Não estão no texto massorético
- Não citados no NT
- Testemunho interno negativo (análise dos livros)
- Depoimento de Flávio Josefo
- Outras referências históricas
- Pais da Igreja não reconhecem (unanimidade) sua autoridade
** Razões para aceitação do V Testamento:
- Cristo o reconheceu e autenticou Lc., 4:21 / Jo.10:35
- Apóstolos ensinaram como Palavra de Deus At.17:11 / Rm.15:4 / II Tm.3:16 / 2 Pe.1:19-21

3)Novo Testamento:

Seu período de formação é de 57 a 90 dC, portanto, apenas 33 anos.
* Critérios de aceitação como canônicos:
- Consonância com ensino oral apostólico Gl.2:1,2,6
- Harmonia com V. Testamento Rm.15:4
- Efeito moral edificante II Tm.3:16
- Aceitação em todas as Igrejas
- Escrito em grego e no período apostólico
- Autoria apostólica ou de um associado aos apóstolos
- *** No concílio de Cartago em 397 a Igreja cristã não deu canonicidade a estes livros, mas estabeleceu como norma (regra ou canon) aquilo que já era costume.

Doutrinas Cristãs

1)Def.: “Ciência que estuda Deus e Suas relações com o homem e o universo”

2)Fontes da Teologia: Sua maior fonte é o próprio Deus.

2.a) Natureza: Salmo,19:1. O universo exige a figura de um criador.

- Limitações da natureza como fonte da teologia:

1º) Queda: O pecado alterou de forma expressiva tanto a natureza como o próprio ser humano.

2º) Realidades profundas sobre Deus que a natureza não expressa: Seu amor redentor, Sua justiça e perdão, etc.

3º) Falta de relação específica com o homem: Não há uma relação pessoal (ser-ser) entre o homem e a natureza e não o leva a um relacionamento pessoal com o próprio Deus.

2.b) Bíblia: A bíblia é a referência principal que temos sobre o ser de Deus e que, portanto, nos revela este Deus em plenitude (Jo.5:39, Ap.1:1-3, IJo.1:1-4). Deve-se notar que, embora ela nos fale sobre Deus, salvação, vida eterna, etc., ela não nos dá essas coisas.

2.c) Cristo: É fato que sabemos de Cristo através da bíblia, mas é por meio de Cristo (fé em Seu nome) que conhecemos a Deus de fato e de verdade em termos redentivos (Jo.14:7-11, Cl.1:15 e 19; 2:9, Hb.1)

3) Empecilhos à Teologia:

Existem alguns fatores que dificultam a formulação da teologia, ou melhor, a expressão da compressão sobre Deus, Seu Ser e Suas relações.

3.a) Finitude do entendimento humano: Rm.11:33-36

3.b) Pobreza da linguagem humana: ICor.2:13 / IICor.12:1-4

3.c) Silêncio de Deus sobre vários assuntos: Dt.29:29

3.d) Limitação do discernimento espiritual devido ao pecado: ICor.13:12

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